sábado, 30 de dezembro de 2006

Jokana Baishu

No dia em que fui maré,
Conheci a moça
Que com a lua se escondia.

Foi atração tão magnética,
Em ondas tão herméticas
Que ela própria regia.

Mas as minhas investidas,
Que em espuma diáfana se perdiam,
Procuravam o mesmo vento
Que moldava seus cabelos.
Só de sentir seu cheiro
Já me arrepiava os pelos.

Depois a noite sempre acabava
E a moça se escondia.
Sem tempo de receber a flor de açucena,
Que eu trazia pra enfeitar sua pele morena,
Que a luz da lua resumia.

Agora ela bóia tão fria no céu,
E eu fico aqui lembrando,
Daquela que nunca tive
E que me inspirou esses tristes versos
Num pedaço de papel.

Daniel M. Laks
30/12/06