quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Inocência nas manhãs

Não me visto de pureza à noite.
Moro numa cidade de poucas estrelas.
E talvez por isso mesmo,
Tenha dificuldade de achar meu caminho.

Não me afogo mais nas minhas mágoas.
Deixei meu corpo se debatendo por muito,
Depois aprendi a dissociar.

Mas quando amanhece,
E o sol aperta minhas olheiras,
Ainda procuro alguma inocência perdida em mim.

Daniel M. Laks
07/02/2008

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Tempo de respostas

Há alguns anos nossos corpos se fundiram.
Há alguns anos nossos caminhos se separaram.
Nossos versos se encontraram tarde,
Tarde demais para formarem uma estrofe.

Por tempos meus poemas cresceram tristes,
Foi a falta dos beijos dela.
Os poemas dela não choraram por mim,
Não sei bem se chegaram a chorar por outro.

Nossas almas eram por demais pecadoras,
Nossos corpos por demais puros.
Nossas mentes de tão inocentes,
Pensavam ser a alma pura e os corpos fruto do pecado.

Nossos passos, de tão errados,
Nos levaram por caminhos certos.
Caminhos separados e distantes,
Que me libertaram da falta dos beijos dela.

Hoje eu sei que não busco mais sua presença.
Sei também que ela não busca a minha.
Mas meus versos continuam a buscar uma alma como a dela,
Que de tão suja funda-se em estrofes com a minha.

Daniel M. Laks
02/02/2008