terça-feira, 29 de abril de 2008

Quem sabe amanhã

Do grito me restou o som rouco.
Da sorte, o sono pouco que me embala,
Dos passos a dança que me fala
As palavras doces que eu não escuto.

Entre tanto caco despejado
Sobrou-me o cajado que me levanta
E dos restos de tecido costurei a manta
Que me envolve até o novo dia.


Daniel M. Laks
29/04/08

terça-feira, 1 de abril de 2008

circunstâncias

A circunstância fez o poema,
Contive-me o papel de expectador.
Entre os aplausos e
O momento de levantar da cadeira,
Vi nascer e enterrei versos.

Já respirei e senti as palavras,
Mas depois, me esvai na espuma
Das relações cotidianas.

Daniel M. Laks
01/04/2008