domingo, 18 de setembro de 2011

A boca quase junto à minha a desenhar frutos vermelhos a respirar pra cima é muito importante lembrar-se de respirar enquanto os pés ainda tocam o chão tenho pensado em usar mais contrações pra aproximar as palavras os corpos os copos num brinde de mãos distantes os mitos vivem das suas potências as quedas d’água têm mais pressa está ouvindo o barulho ao fundo deve ser tambor acho que hoje é dia de dança esquece mais os óculos o sol se planta em qualquer lugar ainda não assisti àquele filme a gente devia viajar pro meio do caminho por um pouco mais de saliva escrevia um poema com menos pausas menos deuses muito castos pro clima tropical menos quinas pra perfume nas flores de papel tem areia fina de chão os pássaros daqui estão por demais desgastados pro azul do céu acho que não vou divulgar este texto entre as paredes do quarto ainda se esconde atrás de perguntas quanto custa uma passagem pro sul qual é mesmo a cor dos seus olhos em meio às pontes de tinta?

Daniel M. Laks
18/09/2011