segunda-feira, 10 de setembro de 2018


As pessoas se reuniram nesse dia
Na frente da televisão
Sem grande dor ou comoção
Para ver a morte da democracia.

Foi transmitida em rede nacional.
Morreu sufocada,
coitada,
Num último suspiro sem palavra final.

Mas mesmo com seu corpo estirado
E seu legado negado
Especialistas garantiram
Que estava viva e pulsante no jornal

Por isso não houve velório,
Nem missa de sétimo dia.
Apenas o mesmo repertório
De mentiras sobre progresso e soberania.

Generais, juízes, banqueiros e companhia
ventrilocaram suas mentiras pelos jornalistas de plantão
No dia da morte da democracia
Transmitida ao vivo na televisão.

E a população se sentiu segura
Que tudo seguia o script de mais um dia normal.
Agora interrompemos esse poema
para um comunicado oficial.

Daniel M. Laks
10-09- 2018