sábado, 27 de dezembro de 2008

Um poema de natal

As luzes de natal se acendem
E apagam o céu.
Hoje em dia existem placas
Indicando caminhos.

As árvores tropicais
Estão fantasiadas de pinheiros,
E os prédios espelhados
Refletem apenas pessoas que passam.

As ruas colecionam
Enchentes de gente e lixo.
Dragões de rodas sopram
Nuvens negras que não chovem.

Luminosos de neon roubam estrelas
Enquanto todos apreciam extasiados
A pirâmide ofuscante de metal.
Ninguém mais procura estrelas pra se encontrar.

Daniel M. Laks
27/12/2008

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Lar

Seja bem vinda a minha casa.
Não repare nas flores mortas,
Nem na atmosfera tóxica.
Objetos que compõem minha morada.

Por favor, não procure a tristeza na parede,
Ela se esconde pra não ser achada.
E nem encontre meus olhos no espelho
Reflexos vítreos não vão te mostrar quem sou.

Aquela sombra do canto esquerdo
É onde observo, de longe, meus tropeços levantarem.
Não me pergunte o que vejo no quadro da parede,
É uma mensagem particular pra cada íris que arranha,
Cada retina que lambe.

Te proíbo de vasculhar minhas máscaras.
Mas sempre que quiser,
Pode escutar o som paralítico do silêncio.

Não se preocupe com as janelas,
Nenhuma delas dá pra dentro.
Seja bem vinda a minha casa, solidão.
Onde toda a luz que entra é elemento de escuridão.

Daniel M. Laks
11/12/2008