segunda-feira, 29 de junho de 2009

poema atropelado

(...) flores dormem.


Até o telefone tocar

Falando sobre advogados

E chaves de portas antigas.

Então não estava mais lá.


(...) onde as flores dormem.


As cores da manhã misturaram-se

Com o azul dos olhos que observava,

Formando um tom de surpresa e inércia.

Tentar voltar agora era inútil.


(...) abraçados onde as flores dormem.


Seres arquitetavam uma ponte

Para um lugar desconhecido.

Mas ferramentas que quebram sonhos

Não constroem aurora.


Apenas abraçados onde as flores dormem.


Daniel M. Laks

29/06/2009

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Algo inspirado pelas criaturas que voam a noite

Quanto mais perto da janela
Mais se vê da cidade.
A mesma hora do dia seguinte
É sempre uma hora diferente,
Alguns aspectos mudam por
Permanecerem exatamente iguais.
O noticiário das dez anuncia
Tempo seco nos copos d’água
E despedidas sem dizer adeus.
Acho que tem a ver com
O primeiro vôo das mariposas.

Daniel M. Laks.
19/06/2009

De quando a louça se envolve no tecido por falta de notícias

Agora vejo o mar e caminhões.
Quatro andares mais perto do céu,
Quem sabe mais perto de mim.

A cidade invade pelas dobradiças
E o bar da esquina entrega
Cigarros e cerveja até m

Meia noite e as molduras abertas,
Sancas, pé direito e um filme
De sombras projetadas na parede.

Agora vejo a pedra e o túnel.
O mar pela fresta
Diagonal da janela.

Quatro andares mais longe do chão.
Talvez esteja realmente
Mais perto de mim.

Daniel M. Laks.
19/06/2009

sábado, 13 de junho de 2009

Sobre dicionários e silêncio

Palavras são perigosas,
Rechaçá-las mais ainda.
Tinha sede e bebi a água das flores.
Tudo bem, já estavam mortas
Quando separadas das raízes.

Daniel M. Laks
13/06/2009

quinta-feira, 11 de junho de 2009

De quando se brinda aos desencontros

Aceitamos a dinâmica
E suas conseqüências.
Perdi as palavras pelos olhos,
<< - me dá um café no copinho descartável, por favor.>>
Depois se recolhe o vidro
Das garrafas quebradas...
Sempre estrago tudo sendo eu mesmo.

Daniel M. Laks
11/06/2009

sábado, 6 de junho de 2009

Quando se diz o que se tenta conter

Lá on

Antes desses seres confusos

Que se contorcem

E aos poucos se trans


Lá onde as fl

E aos poucos se transformam

Em braços, pernas, tronco,

Fragmentos que se un


Lá onde as flores nas

Fragmentos que se unem

Até compor um corpo

Que devagarzinho desp


Lá onde as flores nascem no m

Que devagarzinho desperta

Interrompendo olhares e entrelinhas

Transformando um sor


Lá onde as flores nascem no mar

Transformando um sorriso em

Pergunta muda. E tudo é sincero demais

No momento pra ser falso depois.


Daniel M. Laks

06/06/2009



terça-feira, 2 de junho de 2009

Os sopros morrem quando a escuridão engole a praia

Ilusões vivem nos sopros,

E morrem do que for de morrer.


Não confio em anjos

Ou demais seres assexuados

Que ascendem aos céus.


Gosto daqueles que cospem fogo,

Que vêem andorinhas murcharem,

Que sangram da perna amputada,

E tem sorrisos junto às lágrimas.


Quero os dias que começam à noite,

E a precisão das paixões imprecisas.

Escutar o som das palavras que ressignificamos

Quando a escuridão engole a praia.


Daniel M. Laks

02/06/2009

Algo de urbano na madrugada

A madrugada chegou,

E as esquinas de braços abertos

Sem abraçar ninguém.


Pra iludir quem vem

Ansioso por qualquer contato,

Que finja que seja de fato,

O perfume que no muro pintou.


Mas não se preocupe

Com o que evapora

Depois que o sol raiou.


Daniel M. Laks

02/06/2009