Eu caminho entre extremos,
Corro entre opostos,
Muitas vezes me escondo
E de repente me mostro!
Mergulho de cabeça e peito aberto
Na malha do que não me sustenta,
Cair para mim é desespero certo
E flutuar é melodia.
Só me torno coerente,
Apesar da inconstância,
Por aceitar francamente
Cada e qual epifania.
Em ocasiões eu visto máscaras
Para esconder minha insegurança,
Mas me sinto pouco e pergunto:
Será que meu cheiro ficou mudo?
Será que meu canto ficou rouco?
Assim me desconstruo e remodelo
Entre são e louco me sustento,
Ardendo do meu próprio fogo
Eu danço, eu grito, eu sangro.
Por muito tempo eu me travo
Depois enjôo e passo,
Mar adentro eu me perco
Espaço afora me refaço.
Sempre assim tão passional
Entre cores, dentes, unhas e sabores,
Certas coisas o tempo assenta
Enquanto outras remove.
Nunca soube se é impressão
Mas meus olhos vêem mais claro
Toda vez depois que chove.
Daniel M. Laks
08/05/2007
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