terça-feira, 8 de maio de 2007

Caminho entre extremos

Eu caminho entre extremos,
Corro entre opostos,
Muitas vezes me escondo
E de repente me mostro!

Mergulho de cabeça e peito aberto
Na malha do que não me sustenta,
Cair para mim é desespero certo
E flutuar é melodia.

Só me torno coerente,
Apesar da inconstância,
Por aceitar francamente
Cada e qual epifania.

Em ocasiões eu visto máscaras
Para esconder minha insegurança,
Mas me sinto pouco e pergunto:
Será que meu cheiro ficou mudo?
Será que meu canto ficou rouco?

Assim me desconstruo e remodelo
Entre são e louco me sustento,
Ardendo do meu próprio fogo
Eu danço, eu grito, eu sangro.

Por muito tempo eu me travo
Depois enjôo e passo,
Mar adentro eu me perco
Espaço afora me refaço.

Sempre assim tão passional
Entre cores, dentes, unhas e sabores,
Certas coisas o tempo assenta
Enquanto outras remove.

Nunca soube se é impressão
Mas meus olhos vêem mais claro
Toda vez depois que chove.

Daniel M. Laks
08/05/2007

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