sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Fogo arredio

Era fogo arredio,
Bicho do mato disfarçada,
Postada na minha frente ajoelhada
Como quem reza uma oração.

Seu vestido e minhas roupas misturadas.
Mal permitiu que fosse tocada.
Demonstrou todo seu domínio
De planta enraizada, santificada no chão.

A inocência pueril da pouca idade,
Sua boca na rigidez do meu desejo,
Aquele cheiro molhado de liberdade
Tatuado em sua pele, exalado em seu beijo.

Do meu prazer fez alimento
Depois se vestiu com toda calma,
Foi embora com o vento
Deixando saudades em minha alma.

Daniel M. Laks
30/11/07

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