quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Versos, estrelas, flores, cigarro e chuva

Meus versos não fazem eco.
Não trago comigo grandes ambições,
Tenho como única virtude
As dúvidas sobre minha pessoa.

Às vezes olho reto, mas não vejo a rua,
Prefiro admirar as estrelas.
E penso na distância das coisas que me encantam,
No tempo que leva pra que me sejam visíveis.
Será que aquela estrela ainda está viva?
Será que o brilho que me cativa não existe mais?

Aquela estrela morta me lembra
A última mulher que me apaixonei.
Já não tem mais rosto ou brilho.
A imagem que me assombra muda de face
Conforme mergulho em novas paixões.

Hoje comprei flores baratas no mercado.
Estavam com o nome e o preço errado.
Mas o perfume e a beleza
Impecavelmente certos pra essas flores.

Depois começou a chover torrencialmente,
Meu corpo, minhas roupas e as flores
Faziam parte do mesmo veio de rio
Que desaguava nas ruas engarrafadas.

Como não tinha mais estrelas.
Acendi um cigarro,
E me misturei às nuvens e ao vento
Com a fumaça que soprava.

Daniel M. Laks
22/01/2009

Um comentário:

Anônimo disse...

Ai, Daniel!
Lindo!
Me tirou o fôlego...
Parabéns!!!!!!!!
Sandra
www.lapisepapel.arteblog.com.br