quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Lar

Seja bem vinda a minha casa.
Não repare nas flores mortas,
Nem na atmosfera tóxica.
Objetos que compõem minha morada.

Por favor, não procure a tristeza na parede,
Ela se esconde pra não ser achada.
E nem encontre meus olhos no espelho
Reflexos vítreos não vão te mostrar quem sou.

Aquela sombra do canto esquerdo
É onde observo, de longe, meus tropeços levantarem.
Não me pergunte o que vejo no quadro da parede,
É uma mensagem particular pra cada íris que arranha,
Cada retina que lambe.

Te proíbo de vasculhar minhas máscaras.
Mas sempre que quiser,
Pode escutar o som paralítico do silêncio.

Não se preocupe com as janelas,
Nenhuma delas dá pra dentro.
Seja bem vinda a minha casa, solidão.
Onde toda a luz que entra é elemento de escuridão.

Daniel M. Laks
11/12/2008

2 comentários:

diana sandes disse...

boa, dani.
tem umas coisas mto boas aí.
e gosto da idéia da casa como metáfora de nós... me cabe como uma luva.

Carolina Freitas disse...

é mto bom ler suas coisas...