quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Daquilo que se perde além dos sonhos

Foi quando um eu,

Que já não era mais eu mesmo

Me tomou de assalto.


Perdi a fala e tudo aquilo

Que se tornara voz.

Voltei a escrever,

Pois esqueci meu caminho

Em passos tortos.


Alguma sombra

Amarga e densa,

Daquelas que não se projetam,

Reconheceu meus olhos no espelho.


Reencontrar um eu antigo

Foi perder uma parte nova de mim.


Daniel M. Laks

23/12/2009

Um comentário:

Anônimo disse...

Também tenho momentos como esse, pelo menos da maneira como leio.

Às vezes a vida parece um filme
Eu personagem principal
Me vejo com outros olhos
Não me compreendo

Ando como quem não sou
Alheia e sem sentido
Carregando uma folha de papel
Cujo conteúdo ignoro
Cujo fim ignoro

Todo movimento é largo e automático
Não sei por que sorri
Ou por que ando nesta direção

O momento de qualquer ação é tão demorado
quanto aquilo no que prestamos atenção
em parte enfadados
em parte incomodados pela falta de nexo

Quase compreendo o porquê
O porquê de não entender
Nunca entender os outros

Eles são tão incoerentes quanto eu sou