terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Carta a um amigo ou o começo do fim

Querido amigo,

Escrevo no auge da minha tristeza sentida.

Deixei fragmentos de mim quando a porta se fechou,

Em um poema ordinário,

Pregado a taxinhas num quadro de cortiça,

E dois livros dos meus autores favoritos.


Os outros pedaços foram escorrendo

Pouco a pouco de mim pelas esquinas,

Na irregularidade do asfalto,

Ou nas metáforas que uso

Para não expressar o que quero dizer.


Mas aquela coisa claustrofóbica,

Asfixiante e incomunicável

Permanece nas lágrimas contidas

E nos sinceros versos tristes

Que não te explico nessa carta.


Daniel M. Laks

23/12/2009

Um comentário:

Anônimo disse...

Este é sensacional. Lindo!