quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Sempre que vejo um evento "marcha contra" ou "marcha a favor" de alguma coisa, me pergunto: Por que essa obsessão com essa ideia de marcha? Me soa um tanto rígido, um tanto militar, um tanto ligada à ordem, um tanto avessa à nossa alegria. Devíamos criar um baile, uma dança, um desfile, uma festa pública a favor ou contra. Deixemos que os soldados e demais herdeiros da imutabilidade carrancuda da ordem marchem. Enquanto isso, professemos a nossa alegria também na política, façamos um carnaval de reivindicações sociais. Sejamos novamente mais antropófagos, mais "encontrados e amados ferozmente" (O.A) e deixemos que a nossa alegria seja "a prova dos nove" (O.A).

(Os dois excertos seguidos da abreviatura O.A se referem a trechos do "Manifesto antropófago, de Oswald de Andrade.)

Daniel M. Laks
26-02-2015

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