Hoje acordei com um gosto
Quente-doce na boca,
E a garganta afinada na extensão
Das oitavas de um sorriso.
Olhei pra ela, deitada do meu lado,
E quis derreter os relógios da casa.
Mordi seus lábios para afiar os dentes,
E não encontrei solidão na minha sombra.
Pena que os sábados
Tem uma semana de distância.
Daniel M. Laks
24/05/2009
3 comentários:
Eu sempre pedi a Papai Noel um par de asas brancas. Mas ele insistia em me trazer bonecas.
Com minhas asas esperava alcançar meu lugar, que cada vez parecia mais longe.
Quando eu era pequena gostava de olhar para as paredes. Só ali minha imaginação encontrava meu mundo.
Então, aos 15 anos, aprendi a sorrir. E tudo melhorou. Sorrisos não preocupam mamãe, não precisam de psicólogos e deixam papai orgulhoso: “Puxou a mim!”.
Cada dia, enquanto tomo café, coloco meu coração sobre a mesa e observo como ele palpita mais leve fora do meu peito.
Aprendi a não precisar das paredes que tiraram da minha vida. E criei asas de chumbo.
Como um Prometeu de sonhos, o mar abutre cada dia vem apagar as esperanças que desenho na areia.
Quero voltar pra lá. Mas não sei onde é.
Gosto desses sentimentos que encontro por aqui!
Grande abraço.
Belo! Algumas vezes também quis derreter relógios!
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