terça-feira, 11 de janeiro de 2011


Vez ou outra gosto de desenhar passarinhos e gaiolas abertas,
De colorir amores fora das linhas tracejadas,
E inventar pessoas de um fôlego só na folha de papel.

Pincelar moças que caminham por penhascos,
E dizem cinqüenta vezes a palavra não,
Antes de ser cordilheira pra pousar meu corpo.

Dessas que se escondem e se pede os olhos,
Que se narra o aroma do primeiro carinho
E segreda o cheiro de vento aos girassóis.

Vez ou outra gosto de imitar passarinhos de gaiola aberta,
E de viver tantas vidas ao mesmo tempo
Que somadas tenho duzentos anos de erros.

Tenho interesse por assuntos e silêncios,
Gosto de samba, de dividir risadas, bebo cerveja,
Vou a shows, adoro vodka e sou casulo quando correnteza.

Pratico algum esporte, tenho amigos de infância,
Vou ao cinema, leio livros, falo demais, adoro viajar
E contornar a lápis pessoas com incoerências parecidas com as minhas.

Respondo poemas que não foram escritos para mim,
Sangro quando corto o dedo na folha de papel,
E vez ou outra gosto de ser passarinho que quebra gaiolas.

Daniel M. Laks
12/01/2011

2 comentários:

Naiana Carvalho disse...

Lindo.

O que falar a respeito...
eu também.

porque'demasiadamente humana'.

=)

Unknown disse...

Lindo.