segunda-feira, 6 de fevereiro de 2006

Compasso

O compasso do meu poema é o descompasso
O compasso do meu coração fibrilação
O compasso do meu passo é estático
E nesse passo,
Passo a pensar no que sobra.

Da madeira queimada resta o carvão
Que nunca é em vão tentar reacender
Da árvore seca com murchas flores
Resta a semente de uma nova árvore
Que passa muitos ardores para desenvolver

E das cinzas resta o passaro
E do vento o vôo
De mim resta toda a solidão
Que a sua ausência causa
Nos pedaços derramados
De um triste coração.

Daniel M. Laks
06/02/06

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