Minhas mãos estão vazias
Como o que limita a ilusão.
Descompassos e pequenas arritmias
Compõem batidas frias no meu coração.
O ar é refeito e fujo dos raios das manhãs,
Espreito na sombra da noite escura
A imagem que configura o sexo das maçãs.
E quando o azul dos meus olhos escorre,
Persigo qualquer colorido que borre
Minhas olheiras dos instantes de agonia,
Nas mentiras do livro de cabeceira,
Ou nos cantos de comodismo que disfarçam a fotofobia.
Mas quando chegar o dia em que me sinta quebrado e farto,
Abandonarei as peças desse sonho infecundo
Na vibração das rajadas de um vento acelerado,
Ou na penumbra do quarto que disfarça a claridade do mundo.
Daniel M. Laks
22/07/2009
2 comentários:
Lindo Daniel, muito mesmo!
Bjs,
Ana Paula
nao pude deixar de comentar...palmas, dani!!!!
lindíssimo
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