quarta-feira, 22 de julho de 2009

Fisiologia dos corpos celestiais

Minhas mãos estão vazias

Como o que limita a ilusão.

Descompassos e pequenas arritmias

Compõem batidas frias no meu coração.

O ar é refeito e fujo dos raios das manhãs,

Espreito na sombra da noite escura

A imagem que configura o sexo das maçãs.

E quando o azul dos meus olhos escorre,

Persigo qualquer colorido que borre

Minhas olheiras dos instantes de agonia,

Nas mentiras do livro de cabeceira,

Ou nos cantos de comodismo que disfarçam a fotofobia.

Mas quando chegar o dia em que me sinta quebrado e farto,

Abandonarei as peças desse sonho infecundo

Na vibração das rajadas de um vento acelerado,

Ou na penumbra do quarto que disfarça a claridade do mundo.


Daniel M. Laks

22/07/2009

2 comentários:

Anônimo disse...

Lindo Daniel, muito mesmo!

Bjs,

Ana Paula

ana salek disse...

nao pude deixar de comentar...palmas, dani!!!!
lindíssimo