Querido amigo,
Escrevo no auge da minha tristeza sentida.
Deixei fragmentos de mim quando a porta se fechou,
Em um poema ordinário,
Pregado a taxinhas num quadro de cortiça,
E dois livros dos meus autores favoritos.
Os outros pedaços foram escorrendo
Pouco a pouco de mim pelas esquinas,
Na irregularidade do asfalto,
Ou nas metáforas que uso
Para não expressar o que quero dizer.
Mas aquela coisa claustrofóbica,
Asfixiante e incomunicável
Permanece nas lágrimas contidas
E nos sinceros versos tristes
Que não te explico nessa carta.
Daniel M. Laks
23/12/2009
Um comentário:
Este é sensacional. Lindo!
Postar um comentário