Escuta, você quer mais uma bebida?
Dizem que o whisky
Adormece as ânsias do corpo
E o pânico que flutua das palavras inúteis.
Entre esses dois espelhos,
Esses infinitos quebrados
De cadeiras mancas que dançam uma valsa lenta
Até abraçarem as pernas.
Por agora somos apenas estátuas:
Dois olhos que não se vêem,
Duas mãos paradas em copos trêmulos,
Numa fibrilação fora do compasso dessa valsa.
Depois podemos sair em busca de outra coisa.
Algo que desloque a angústia das feições,
Ou esse acento circunflexo dos sorrisos.
Um rasgar seu ventre por uma noite apenas.
Sabe, como a cordilheira estendida do seu corpo
Para deitar minhas esperanças envergonhadas.
Depois sairei pela janela, na leveza penosa
De um pássaro que não aprendeu a voar.
Daniel M. Laks
02/09/2009
2 comentários:
Daniel,
cada vez que venho aqui me perco, me acho junto a você.
Incrível como é nítida sua respiração marcada, exaltando nas palavras!
O blog está lindo em preto e vermelho!
Posso pegar mais um poema e levar para o meu?
Beijão,
Ana Paula
Tava com saudade e vim aqui te escutar...
beijo!
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