segunda-feira, 19 de julho de 2010

Breves interrupções cotidianas

Dois dedos trêmulos apertam o cigarro.
Os lábios se separam pela língua que passa
Como se quisessem dizer algo,
Como se o homem não aniquilasse o homem
Numa pulsão entre o som e o silêncio.
E o vidro da garrafa distorce o negro do mundo
No espelho branco das córneas
Enquanto o olhar repousa sobre o gesto suspenso.

Daniel M. Laks
19/07/2010

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